sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Memória

Estava desesperado. Não se reconhecia naquele corpo. Era como se a bebida da noite anterior tivesse lhe tomado a identidade. Tivesse lhe domado. Restara bicho. Por isso lavava-se. Queria apagar as lembranças, até as corporais. Esfregava-se com tal força que a pele sangrava. Usava a força bruta que descobrira no dia recentemente.

Inocente. Como se a força pudesse rasgar a memória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário