sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sobre os atalhos

Estava pensando. Pensando que talvez os atalhos não sejam uma boa opção quando a gente ainda não está pronto, porque, nessa hipótese, caminhar por vias paralelas pode implicar não mais sabermos voltar à via que desejávamos, de fato, trilhar. Quando a gente está pronto, no entanto, os atalhos, divagou, podem ser como as almofadas. Podem fazer o caminho escolhido mais fácil.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

da distância...

coisas de quem namora á distância...

"Sonho meu, sonho meu
Vai buscar quem mora longe
Sonho meu"

uma manhã cheia de saudade
e um olhar distante.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sonho. E pesadelo.

Outro dia, me veio o pensamento de que a gente tende a sonhar com aquilo sobre que conversava antes de dormir, com aquilo sobre que lia antes de dormir, com aquilo sobre que pensava antes de dormir.

Se assim for, de algum modo, a gente pauta os nossos sonhos. E os nossos pesadelos também.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quarta-feira de cinzas

Tava lembrando de uns versos que rasbiquei há uns anos...


(sem título)

Hoje a quarta-feira chegou
Mas o carnaval passou
Foi esquecido com a terça

Hoje a vida recomeçou
O mundo a girar voltou
Já não há mais brincadeira

Hoje a máscara não pus
Hoje a lágrima caiu
E eu não pude escondê-la

Hoje a vida eu feri
Por não poder prosseguir
Caminhando com quem me deseja

ainda sobre o carnaval...

Você quer saber a verdade?

A verdade é que eu não brinquei carnaval. Pra ser ainda mais sincera, quase não saí de casa estes dias.

Não. Não sou do tipo que não gosta carnaval. Das que fazem programas alternativos. Nem das preferem a praia às ruas de Olinda e Recife. Não.

Eu adoro o carnaval. Simplismente me encanto com as cores e os ritmos, com os personagens e as brincadeiras. Sou das que brincam todos os dias. Faça sol ou faça chuva.

O problema é que neste carnaval me vi absorvida pelas "responsabilidades do mundo prático" e aí sobrou pouco espaço para a magia da brincadeira, do irreal que é preciso para brincar carnaval.

É claro que por vezes eu fiquei me roendo para sair. Mas na hora de me arrumar e sair sempre faltava ânimo. Talvez a chuva mais forte...

Não sei.... Também não estudei o bastante para justificar esse meu absenteísmo carnavalesco.

A verdade é que fiquei num meio termo incômodo.
Não brinquei pela culpa de sair de casa e não estudar.
Não estudei pela culpa de ficar em casa e não aproveitar a magia do carnaval.

Mas ano que vem, aí sim! Eu estarei lá!
Alegre, sorridente e dançando.

No próximo carnaval eu me encontro...

E se eu não aguentar até fevereiro? Faço o carnaval em setembro, outubro.
Quando me convier.

Sempre achei que todo mundo seria mais feliz com dois carnavais por ano.

E dessa vez, eu terei vestido o meu melhor espírito carnavalesco.

Até lá me contento em cantarolar uma de minhas marchinhas preferidas.


"Falam tanto que meu bloco está,
dando adeus pra nunca mais sair.
E depois que ele desfilar,
do seu povo vai se despedir.

Do regresso de não mais voltar,
suas pastoras vão pedir:
Não deixem não, que o bloco campeão,
guarde no peito a dor de não cantar.
Um bloco a mais é um sonho que se faz
o pastoril da vida singular.

É lindo ver ver o dia amanhecer,
ouvir ao longe pastorinhas mil,
dizendo bem, que o Recife tem,
o carnaval melhor do meu Brasil."


terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Da série "... pra não dizer que não falei do carnaval"

No carnaval, brincando ou não, parece que o tempo parou.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Da série "... pra não dizer que não falei do carnaval"

Como tenho a intuição de que, por causa do carnaval, ninguém anda visitando o blog, vou postar só uma letra de música, que me lembra, de alguma forma, o carnaval. :)

Ah!, e bom restinho de carnaval pra vocês (pra quem tiver brincando e pra quem tiver fazendo programas alternativos).
Eu simplesmente esqueci de desejar isso ontem e antes de ontem. x)

Agora, a letra:

"Disfarçando
Composição: Francis Hime / Olivia Hime

Sim, sei que um dia a vida vai se acabar
De onde viria o dia , se não da noite
Mas eu prefiro aqui ficar
Tenho muito que aprender
Tenho muito que contar
Tenho que ficar
Pois
Quem amará a vida
Como eu amei
Quem vai olhar a flor
Que um dia eu plantei.

E quando o anjo me chamar
Vou fingir, vou disfarçar
E, quem sabe,
Um samba aos céus ofertar.

Se por acaso, aos céus, meu samba agradar
Peço licença, mas não peço passagem
É que eu prefiro aqui ficar
Tenho muito que aprender
Tenho muito o que contar
Tenho que ficar
Pois
Quem amará a vida
Como eu amei
Quem vai olhar a flor
Que um dia eu plantei.

Mas se o meu anjo insistir
Tenho que aceitar a despedida
Não vou fingir, nem disfarçar
E cantando um samba
Eu digo que vou partir. "

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Pra enfrentar a chuva e não perder o carnaval

A foto dessa sombrinha aí de cima devia ser da série "Tão legal que dá vontade de dividir :)", mas, como é carnaval e tem chovido todas as noites, pensei que o título acima cairia melhor. Seja um título, seja outro, porém, não podia deixar de postar a foto dessa sombrinha tão legal, cujo motivo são os "Dez símbolos da longevidade" (sol, montanha, pedra, água, nuvem, pinheiro, erva da juventude eterna, tartaruga, garça e cervo), tema da cultura coreana, o que registro a título de curiosidade, porque, com tema ou sem, o desenho é lindo o suficiente pra fazer qualquer dia nublado se tornar ensolarado dentro da gente.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

... pra não dizer que não falei do carnaval

Carnaval é, não sei se concordam, uma questão de estado de espírito. Às vezes, a gente tá exatamente no mesmo passo que o carnaval, outras, não. Nesse caso, nem adianta querer brincar, porque o tempo interior é outro, outro que não o do que se passa em redor. Mas isso não é motivo pra tristeza. É só um fato, um fato que, se não for superestimado, não tem por que trazer tristeza. Um fato que, constatado, abre novas portas: portas para que os dias sejam aproveitados de um modo alternativo. Sim, de um modo alternativo, porque fincar o pé e querer brincar o carnaval, nesse caso, acho que só faz com que a gente cante a "vida na avenida sem empolgação".


"Tristeza, Pé No Chão

Dei um aperto de saudade no meu tamborim
molhei o pano da cuíca com as minhas lágrimas
dei meu tempo de espera para a marcação, e cantei
a minha vida na avenida sem empolgação

Dei um aperto de saudade no meu tamborim
molhei o pano da cuíca com as minhas lágrimas
dei meu tempo de espera para a marcação, e cantei
a minha vida na avenida sem empolgação

Vai manter a tradição
vai meu bloco tristeza e pé no chão
Vai manter a tradição
vai meu bloco tristeza e pé no chão

Fiz um estandarte com as minhas mágoas
usei como destaque a sua falsidade
do nosso desacerto fiz meu samba-enredo
no velho som da minha surda dividi meus versos

Vai manter a tradição,
Nas platinelas do pandeiro coloquei surdina
marquei o último ensaio em qualquer esquina
manchei o verde-esperança da nossa bandeira
marquei o dia do desfile para quarta-feira

Vai manter a tradição "


Que sejamos autênticos o suficiente pra fazer o que nosso tempo interior pede (claro, quando isso for o melhor a ser feito). :)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

"O leitor"

Bem no comecinho da semana, assisti a "O leitor". Queria muito ver, mas não tava esperando lá tanta coisa. Acho que ficou quase totalmente dentro das minhas expectativas (dentro da categoria "filmes que não surpreendem"). Digo 'quase totalmente' porque achei o final bom o bastante pra fazer valer a pena os 124 minutos passados diante da tela do cinema assistindo ao filme começar, desenvolver-se e, finalmente, terminar.

Não que, antes do final, não haja cenas que valham a pena. Tem umas boas o bastante pra justificar que a gente se lembre delas depois, como a cena em que, bem, não vou contar, melhor, vou sim, mas superficialmente, de modo que não atrapalhe quem ainda não viu. :) Como eu dizia, uma cena ótima é a em que o personagem de Kate Winslet reconhece, no Tribunal, que assinou um relatório que cuidava da morte de várias judias dentro de uma igreja. É aí que ela diz uma frase que boa parte da crítica reproduziu, algo mais ou menos como: o dever dos guardas é justamente impedir que os seus prisioneiros fujam. Essa frase, analisada em conjunto com o que "O leitor" (esqueci o nome dele, embora lembre que o personagem de Kate Winslet o chama o tempo todo de "kid") descobre quanto à confissão de sua antiga amante e ouvinte, faz quem assiste sentir nem que seja um pouco de pena daquela mulher.

Enfim, talvez o grande êxito do filme seja o de fugir de uma narrativa maniqueísta e, nessa direção, as últimas frases contribuem de forma significativa. Verdade, contribuem. E contribuem também pra que a gente saia do cinema sem aquela visão distorcida de que pessoas que cometem crimes não são como nós e não têm nada de bom. Talvez seja justamente porque elas são como nós que as levamos ao banco dos réus: para que elas nos lembrem que não podemos agir daquele jeito de novo, para que elas nos lembrem que precisamos parar de agir daquele jeito de novo. E é porque elas são como nós que elas também fazem coisas que aprovamos. É porque elas são como nós que o personagem de Ralph Fiennes diz: "Eu tinha 15 anos. Estava voltando da escola, comecei a me sentir mal e uma mulher me ajudou."

da maneira que você me quer

Nos últimos dias tenho ouvido constantemente "Noite dos Mascarados" cantado por Chico e Nara juntos. Eu simplesmente adoro essa música. E sempre a rememoro durante o carnaval. É que ela me remete a um lirismo carnavalesco. É como uma saudade do que não vivi. Este ano essa música tem sido ainda mais viva nos meus dias. Tanto que me encantei por uma máscara. E é claro a usaria vários dias do carnaval se eu a tivesse comprado e, é claro, se eu fosse ter essas vários dias de carnaval. Fica como plano para o próximo carnaval. Uma máscara. Alguma roupa com o ar antigo que toda máscara pede. E o cantarolar dessa música. Carregando comigo a leveza do "seja você quem for, seja o que Deus quiser..."


"- Quem é você?
- Adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim:
- Quem é você, diga logo...
- ...que eu quero saber o seu jogo
- ...que eu quero morrer no seu bloco...
- ...que eu quero me arder no seu fogo
- Eu sou seresteiro, poeta e cantor
- O meu tempo inteiro, só zombo do amor
- Eu tenho um pandeiro
- Só quero um violão
- Eu nado em dinheiro
- Não tenho um tostão...Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
- Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar
- Eu sou tão menina
- Meu tempo passou
- Eu sou colombina
- Eu sou pierrô
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira que você me quer
O que você pedir eu lhe dou
Seja você quem for, seja o que Deus quiser
Seja você quem for, seja o que Deus quiser"
(chico buarque)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cinema

Desde primeiro de janeiro deste ano, ando pensando que "Poderosa Afrodite" é uma boa pedida pra ver no primeiro dia do ano. Nunca o tinha visto e, por acaso, terminei assistindo a ele exatamente naquele dia primeiro. Fiquei feliz! É um filme que inspira fé. Na gente e na vida. :)

Há menos tempo, na verdade, há uns dias, ando pensando que "Lisbela e o prisioneiro" é um filme bem legal pra ver em dia de aniversário. Também por acaso, assisti a ele no cinema, no dia de um dos meus aniversários. Hoje, tava ouvindo a trilha sonora. É, tava ouvindo, porque, como aquela menininha, Hanna, de "O ano em que meus pais saíram de férias" ensinou e como o menininho, Mauro, aprendeu, todo dia tem lugar pra um "feliz aniversário".

Feliz aniversário pra vocês!
E obrigada a Tarcila por indicar "Poderosa Afrodite". :)

Feliz cumpleaños!


Estamos no dia 18 já, mas não é tarde para... 1, 2, 3! Cumpleaños feliz, deseamos a ti, que lo pase muy bieeeeeeeeeen, cumpleaños feliz!
Nosso querido hermano latino-americano completou 10 aninhos no poder! Com direito a bolo, velinhas, presentes e... Tcharannnn: FERIADO NACIONAL!!!

E que desrespeitoso da parte dos desavisados!
A polícia teve que ser mobilizada [nota: segurança pública não é um problema na Venezuela, e a polícia não tinha nada mais importante para fazer nesse dia mesmo] para fechar estabelecimentos que insistiram em abrir as portas no último dia 2...
Tsc, tsc, tsc... Que feio, venezuelanos desatentos!!! Vocês iam gostar se seus amigos não comemorassem o seu aniversário??? Pois é!

Pessoal, alowwww!!! São 10 anos de revolução socialista!!! [é?!?!? pelo menos foi o que disse o nosso querido hermano...]

E agora, desde o último dia 15, as portas estão abertas, melhor, arreganhadas para mais algumas décadas... [nota: que sacada genial do Universo sermos mortais, não?!?!?]

Parabéns, Venezuela, parabéns!

Não me venha com o tal do presente sobrado-repassado!

As normas de etiqueta mandam: NÃO CHEGUE NUMA FESTA DE ANIVERSÁRIO SEM PRESENTE!!! E as pessoas obedecem, inadvertidamente, sem maiores transtornos, afinal de contas, tem uma lojinha logo ali embaixo do prédio, que vende umas lembrancinhas ótimas! E baratinhas! E você não vai querer fazer feio, melando o seu social, chegando de mãos abanando na festinha, vai? Vão pensar o que de você???

Ou então, mais fácil e menos custoso ainda, tem aquela blusinha MA-RA-VI-LHO-SA que você ganhou no Natal passado e nem usou... [nota: já estamos em fevereiro].

Você fica pensando... A embalagem ainda está impecável – porque você é muito precavida, já guardou o presente com o maior cuidado para situações como essa... E seria um desperdício deixá-la lá, escondida no guarda-roupa, sem cumprir a sua grandiosa função social de vestir as pessoas... Além do mais, é a cara dela, ela vai adorar essa gola de oncinha!!! [nota: só se lembre de tirar a etiqueta com a data da compra; fica meio chato se a pessoa presenteada vir que ganhou um presente sobrado-repassado, ainda mais se ele já tem 2 meses de comprado, né?].

Olha, o tal do presente sobrado-repassado... Eita coisinha mais sem graça! Odeio!

E não é que eu seja uma porca-capitalista-interesseira-hipócrita, não... Só que eu gosto de presentes significativos, com açúcar e com afeto, escolhidos especialmente para mim... Que mal há nisso??? Do contrário, o ato de presentear perde o sentido, não é?

O tal do presente sobrado-repassado é aquele presente nada a ver com você, que você, inocentemente, ganhou de alguém que já o tinha ganhado de presente antes, e este alguém detestou, perdeu o prazo de troca e, dolosamente, com animus mesquinhus, guardou-o para repassar em eventualidades como... O seu aniversário!!! Que sorte a sua...

Bônus triplo para o pirangueiro: economia + boca livre + aparecer com um presente – mesmo que uma porcaria, afinal, é a presença e a lembrança que contam! É...

O mal está no seguinte: quem dá o presente sobrado-repassado possui uma dimensão íntima egoístico-patológica que assassina o simbolismo do ato de presentear, tornando-o uma obrigação social fria, calculista e interesseira. Que chato!

Ahhh! Existe coisa mais gostosa do que ganhar uma lembrancinha, bem baratinha, que grita para o mundo: fui comprada especialmente pra você!!! ? Ou achar um simples presentinho que é a cara – esculpida em Carrara – do seu amigo, e surpreendê-lo???

Há coisas que não têm preço... Para todas as outras, existe o mastercard.

Então não me venha com o tal do presente sobrado-repassado!!!

[nota final: lembre que não custa nada, antes de entrar na loja para trocar a blusinha por um número maior – aquela que ganhou de aniversário daquela coleguinha de trabalho –, conferir a data da compra na etiqueta; evite constrangimentos.]

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Jarbas na 'Veja'

É, qualquer pessoa que dê uma olhada aqui no blog vai perceber, facilmente, que ele não foi criado pra tratar de política. Apesar disso, peço licença, hoje, pra comentar o que todo mundo já comentou e o que todos os meios de comunicação já repercutiram: a entrevista de Jarbas à 'Veja'.

Não, eu não confio na 'Veja', mas fiquei tão estupefata, quando vi, no canto superior da capa desta semana, uma pequena foto de Jarbas acompanhada dos dizeres que transcreverei em seguida, que não ia aguentar não comentar. Dizia estupefata, mas não expliquei por que, embora ache que o motivo não é difícil de adivinhar. Pois então. Fiquei estupefadíssima com a cara de pau de Jarbas, querendo posar de bastião da moralidade política nacional. É, eu sei. Acho que não tem nenhuma condenação judicial pesando contra ele. Reconheço mesmo que nunca ouvi falar que ele tivesse sido denunciado pela suposta prática de qualquer crime. Mesmo assim, não consigo aplicar o princípio da presunção de inocência a ele. Tanto que, se fosse juíza e me caísse nas mãos um processo contra ele, acho que me declararia suspeita por motivo íntimo (sim, pessoas queridas de fora do mundo do direito, isso existe). Mas enfim, pra quem teve a sorte de não ver, transcrevo o que diz a capa da 'Veja', poupando vocês da foto, claro:



"O senador Jarbas Vasconcelos conta tudo:



Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção



A maioria se move por manipulação de licitações e contratações dirigidas



Não basta mudar os nomes, é preciso mudar as práticas"


Feitos todos os registros, registro, finalmente, que tou até agora me perguntando quem teve a ideia dessa pauta. Será que foi a assessoria de imprensa de Jarbas?

Ah!, e prometo um post mais leve amanhã. :)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

é de carnaval!

Carnaval. mais do que festa da carne. festa da alma. é que, para mim, é no carnaval que me liberto de tudo o que não preciso carregar. de tudo o que foi ruim. de tudo o que foi pesado. é que não jogo no mar o meu desassossego. ele sai no meu suor. e é o carnaval com a sua música, suas cores e principalmente, a sua dança que exorcisa todos os males. é no carnaval que me alma se renova. ainda mais quando o fim da noite início do dia é brindado com uma chuva fina. a chuva leva o que restou. O que me encanta, mais do que a dança ou a música. é o ar da cidade que muda quando é carnaval. o que me encanta é ver as pessoas fantasiadas. as pessoas desarmadas. no carnaval as pessoas perdem o medo. e sorriem. brincam. cantam as velhas marchinhas. e é isso que torna o carnaval mágico. é como se todos fizéssemos um acordo secreto e suspendêssemos o real. é quando todos dispensam o terno ou o salto alto. e vestissem apenas o sorriso. talvez seja por isso que para mim é tão difícil não me "contaminar" pelo espírito de carnaval. praticamente impossível. embora as coisas do mundo prático o exijam. o carnaval sempre vence o real. e é só ouvir a música. o frevo. então, a dança se apropria do meu corpo. até que ao fim do quinto dia com o corpo exausto, eu sorrio feliz.


"Quero sentir
A embriaguês do frevo
Que entra na cabeça
Depois toma o corpo
E acaba no pé"
(Luiz Bandeira)

Música

Nos meus ouvidos, Beth Gibbons foi substituída por Madeleine Peyroux.

Será que isso muda alguma coisa?
Será que isso sinaliza alguma coisa?
Será que isso tem algum significado que não alcanço?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O "pode ser"

Acho que parte das pessoas, entre as quais me incluo, sempre tendeu a enxergar, no "pode ser", uma expressão desagradável, pois é um termo que, sob certa perspectiva, impede o seguir em frente, o desamarrar-se de velhas histórias, o abrir-se para novas possibilidades.

Ocorre que o "pode ser", me dei conta outro dia, até para o grupo de pessoas de que falava, não é de todo mal. Pode mesmo ser bom. Isso quando usado pra cuidar do passado ("pode ser que tenha sido assim"). Sim, um "pode ser que tenha sido assim" é, por vezes, uma boa fórmula pra evitar ressentimentos e mágoas, os quais só tornam, todos sabemos, as coisas mais difíceis, e, quando usado depois de o desprendimento já ter ocorrido, são, em boa parte dos casos, a melhor solução.

Dizia que o "pode ser que tenha sido assim" pode ser a melhor solução quando usado depois de o desprendimento ter ocorrido. Noto, porém, que é preciso corrigir-me. É que, me parece, a gente não usa o "pode ser que tenha sido assim" quando ainda não se desprendeu. Nesses casos, acho, a gente simplesmente pensa: "pode ser que tenha sido assim, mas é preciso que eu tenha certeza se foi, ou não. Vou descobrir." É, quando o desprendimento ainda não ocorreu, a gente quer apenas o "foi", taxativo. Mas, ocorrido o desprendimento, a gente descobre que não precisa do "foi". A gente descobre que o colorido do "pode ser que tenha sido" pode, sim, ser mais legal.

Sobre o "pode ser" usado pra tratar do futuro, deixo pra falar outro dia. No dia em que eu tenha outro insight e descubra que também o futuro pode ser mais colorido com o "pode ser", no dia em que eu descubra como desprender-me do presente, e, via de consequência, do futuro.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Tão legal que dá vontade de dividir :)



Do livro não dá pra falar porque não o li, mas a capa, brincando com o sobrenome do autor (o artista plástico Marcos Chaves) e a foto de um prédio aparentemente residencial, definitivamente, é encantadora.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O texto e eu

Qualquer coisa sem gravidade, sobriedade ou necessidade.

Não há espaço para as frases que começam com "é preciso...".
Não existe a cor cinza.
Não quero a sensatez.

Apenas o improvável.
O inesperado. O inexplicável.
Sem pesos, medidas ou força da gravidade.

Aqui os pés não tocam o chão. Eis o gesto proibido.

O tempo?
"Fica decretada a suspensão eterna do tempo!"
Todos os relógios ficarão eternamente parados com os ponteiros exatamente no espaço entre um segundo e outro.

Quaisquer cores em combinações inusitadas.
Qualquer palavra genuína, inventada, delirada.
Qualquer descoberta infantil.
Qualquer pausa para ver um pôr-do-sol.

Aqui apenas o intocável.

O mar

O mar me traz sempre paz, tranquilidade, quietude. Apesar disso, custo a acreditar que "é doce morrer no mar". Na verdade, pra mim, esse verso é carregado de ironia. Sei que não é a intenção, mas, ao menos pra mim, é assim. E assim talvez porque pense que o mar é, antes de tudo, vida.

Se não doce morrer no mar, porém, penso que poderia ser bastante doce dormir e sonhar no mar. Dormir e sonhar. Em meio às ondas do mar, se possível fosse.

Boa parte da vida, invejei os pescadores. Pela intimidade que eles têm com o mar, pelo conhecimento que eles têm do mar. Ainda guardo uma pontinha de inveja, mas, hoje, invejo mais alguém que, em algum tempo tenha podido, alguém que, em algum tempo venha a poder, dormir e sonhar no mar. Dormir e sonhar. Em meio às ondas do mar. Como se um peixe fosse. Como se um peixe ... seja.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Amor e necessidade

Outro dia, percebeu que boa parte das pessoas que conhece e que são da área de exatas, quando estão escrevendo, substituem, sempre que podem, palavras por símbolos matemáticos. Escrevem, portanto, sentenças do tipo: "Comprei a caixa de sabão em pó > e + barata."
Provavelmente, elas fazem isso porque amam muito mais a matemática e seus símbolos que a gramática, pensou.

Mas e ele? Por que era que ele, ele que trabalhava com as palavras, era cada vez mais sucinto? Sucinto a ponto de, por vezes, ser quase incompreensível quando escrevia.
Ela podia pensar que o que ele tinha era necessidade de reclusão, mas conhecia-o o bastante pra saber que não era bem isso. Era só necessidade de silêncio. Silêncio.


"Para Ver as Meninas
Composição: Paulinho da Viola

Silêncio por favor
Enquanto esqueço um poucoa dor no peito
Não diga nadasobre meus defeitos
Eu não me lembro maisquem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amorassim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito"

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A lua

Tomava leite
Como quem bebe um pouco
Da lua

Tomava leite
E se sentia calma
Efeito da lua

Tomava leite
E se pensava insuscetível
Protegida pela lua

Assim não
Quando criança
Mas assim sim
Assim começou a ser
Quando já adulta
E talvez assim fosse
Até o fim

Talvez assim fosse
Ou talvez não