sábado, 21 de fevereiro de 2009

... pra não dizer que não falei do carnaval

Carnaval é, não sei se concordam, uma questão de estado de espírito. Às vezes, a gente tá exatamente no mesmo passo que o carnaval, outras, não. Nesse caso, nem adianta querer brincar, porque o tempo interior é outro, outro que não o do que se passa em redor. Mas isso não é motivo pra tristeza. É só um fato, um fato que, se não for superestimado, não tem por que trazer tristeza. Um fato que, constatado, abre novas portas: portas para que os dias sejam aproveitados de um modo alternativo. Sim, de um modo alternativo, porque fincar o pé e querer brincar o carnaval, nesse caso, acho que só faz com que a gente cante a "vida na avenida sem empolgação".


"Tristeza, Pé No Chão

Dei um aperto de saudade no meu tamborim
molhei o pano da cuíca com as minhas lágrimas
dei meu tempo de espera para a marcação, e cantei
a minha vida na avenida sem empolgação

Dei um aperto de saudade no meu tamborim
molhei o pano da cuíca com as minhas lágrimas
dei meu tempo de espera para a marcação, e cantei
a minha vida na avenida sem empolgação

Vai manter a tradição
vai meu bloco tristeza e pé no chão
Vai manter a tradição
vai meu bloco tristeza e pé no chão

Fiz um estandarte com as minhas mágoas
usei como destaque a sua falsidade
do nosso desacerto fiz meu samba-enredo
no velho som da minha surda dividi meus versos

Vai manter a tradição,
Nas platinelas do pandeiro coloquei surdina
marquei o último ensaio em qualquer esquina
manchei o verde-esperança da nossa bandeira
marquei o dia do desfile para quarta-feira

Vai manter a tradição "


Que sejamos autênticos o suficiente pra fazer o que nosso tempo interior pede (claro, quando isso for o melhor a ser feito). :)

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