sábado, 20 de junho de 2009

Aprender o silêncio

Ela cala. Aprendera que as palavras foram e são inúteis. Não, não, ela não achava justas as palavras que ouvia. Não lhes dava razão. Mas aprendera que falar, neste caso, de nada adiantaria.
Aprendera a se proteger, a ter uma casca. Fazer do casco sua casa, seu refúgio.
E assim as palavras machucavam menos. As lágrimas não brotavam. Sabia da mesquinhez e pequenez das palavras. E não deixava que elas a tocassem.
Aprendeu o silêncio. Aprendeu a indiferença.
Não, ela não carregava mágoas. Ela decidira que a sua mala seria sempre leve. Ela decidira não ter malas. Não carregava consigo apenas a sua casca-casa.

Sem mágoas e sem proferir palavra, ela poderia seguir serena e protegida.



"Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham pés, não me alcancem
Para que meus inimigos tenham mãos, não me peguem, não me toquem
Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal"
(Jorge Ben)

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