terça-feira, 10 de março de 2009

Escolhas

Quem nas últimas duas ou três semanas foi ao cinema do Plaza descobriu que, lá, agora, é preciso escolher, na hora da compra do ingresso, o lugar em que sentar no cinema.

Da primeira vez em que tive de escolher, já achei a idéia chata. Fiquei pensando que a gente já tem tanta coisa pra escolher na vida, tanta coisa pra escolher todo dia, que inventar mais uma é só querer aumentar, no fim das contas, a complexidade de tudo. Tá, eu sei que escolher uma cadeira pra sentar no cinema é uma escolha simples, que não envolve maiores consequências e que, portanto, não precisa de tanta reflexão. Mesmo assim acho que a gente podia ser poupado disso, acho que, pra assistir a um filme, a gente não precisa de tanta cerimônia pra escolher o lugar. Pelo menos esse lugar, acredito, a gente pode escolher, ou podia, como quem anda "sem lenço e sem documento".



"Ou isto ou aquilo
Cecília Meireles

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinque, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo."

3 comentários:

  1. Poxa carol...tô vivendo isso mesmo: ou isto ou aquilo. Acho que o mais difícil são as escolhas diárias :)

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  2. pode me chamar de displicente, de relapsa, descuidadada, preguiçosa, irresponsável e adjacências... por mim, eu vivia do acaso. se vou num restaurante almoçar, peço suco de limão e o garção, por engano, traz laranjada, jamais reclamo. gosto é de me fingir distraída e tomar o primeiro ônibus que passa, só pra ver o que acontece... entrar na sala escura e sentar na última cadeira vazia, mesmo que seja entre casais, atrás da cabeleira, ou no gargarejo... porque só assim, por sorte ou azar, talvez eu sente num lugar feliz...

    clá

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