quarta-feira, 18 de março de 2009

Flores

Ela não lembrava mais muito bem. Na verdade, ela tinha a lembrança nítida. Ele chegando em casa com flores para pôr na água. Flores pra darem cor e vida à casa e às vidas dela e dele. Sim, ela se recordava bem. Só não lembrava da frequência com que ele fazia isso. Não sabia mais se era todos os dias, se era quando ia ao supermercado, não lembrava. Isso, porém, era só um detalhe sem importância. O que importava é que ela conservava a recordação daquelas flores e aquela recordação carregava consigo algum frescor. Ao menos, o frescor necessário à vida, o frescor bastante para impedir-lhe de recorrer às flores de plástico, para impedir-lhe de apegar-se a simulacros, agora que ele já não estava lá. O frescor suficiente para ajudar-lhe a reerguer-se e encontrar força e motivo para ela mesma passar, enfim, a comprar flores.

2 comentários:

  1. Já estava com saudades Carol! Faz tempo que não escrevia.
    Conseguiu seguir meu tutorial do Analytics?
    Beijo

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  2. brigada, rafael! :)

    confesso que não consegui pôr o trequinho do analytics pra funcionar. x)
    mas minha vida anda tão cheia de coisa atualmente (minha avó com quem moro tá com câncer e eu tou tendo de cuidar dela) que tou deixando isso pra resolver depois.
    não se preocupa!
    qq coisa, te aperreio. :)

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