sexta-feira, 27 de março de 2009

Mamam

Se eu não tou enganada, a última exposição do Mamam (Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, que, pra quem não conhece ou não lembra, fica na Rua da Aurora, do lado oposto da Conde da Boa Vista ao cinema São Luiz) foi a mostra Fluxus (acervo Paulo Brusky). Ela teve inicio no dia 02 de novembro de 2007 e terminou no dia 13 de janeiro do ano passado, conforme informação que acabo de obter no folder que guardo.

Lembro do dia em que fui ver essa mostra. Foi logo no começo de janeiro, no dia 04, uma sexta-feira. Fui porque precisava desesperadamente de transcendência e, pra mim, o Mamam, desde que o descobri e juntamente com o mar, é, aqui em Recife, o lugar que mais me proporciona o transcender. Deve ser por isso que eu o adoro.

Tenho bem nítida na memoria a imagem de um poema que rabisquei nesse dia, enquanto ouvia, numa salinha lá no fim do primeiro andar, um dos cds postos à disposição dos visitantes. Como aquilo me fez bem! Não bastasse isso, ainda pude transcrever os versos em uma das paredes do primeiro andar, que tava à disposição pra que se rabiscasse o que se quisesse. Outra coisa que me fez bem!

Deve ser por isso, por o Mamam, de alguma forma, me salvar nos momentos mais dolorosos, que eu o prezo tanto. Deve ser por isso também que eu escrevo esse post, pra dizer que eu simplesmente não entendo como desde janeiro do ano passado ele, o Mamam, foi fechado pra instalação de um elevador e, acho, pra algumas pequenas reformas e assim continua, fechado, não foi reaberto. Ainda escrevo esse post pra dizer que, como eu, outras pessoas sentem falta e se inquietam por não poderem visitar aquele lugar tão confortador e pra registrar que, como eu, muita gente espera que, logo, ele esteja aberto novamente. Ele esteja de braços e portas abertas.


Os versos que rabisquei aquele dia:


Setembro

Quando chegar setembro
Eu decido
Se amo ou
Se esqueço
Se me aconchego ou
Se permaneço
Ao desabrigo

Quando chegar setembro
Nove meses se terão passado
Desde hoje
E, então, será mais fácil
Dar à dor atual
Sua devida medida

Só que
Talvez
Quando chegar setembro
Talvez
Quando setembro chegar
A dor atual já não importe
Nem o desabrigo

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