... porque o post de ontem me fez lembrar dessas linhas:
Foi em uma manhã de domingo
Que ela encontrara o coração
Desbotado e esquecido
Dentro de uma lata de leite
Com cautela, tomou-o nas mãos
E, de imediato, soube
Que era preciso dá-lo
Ao único homem capaz de reanimá-lo
A tarefa era fácil
Porque o tal homem
Ela sabia bem quem era
Sabia e alegrava-se
Por ele ser uma razão (e não outra coisa)
Na vida dela
Mas talvez porque tudo fosse tão simples
Ela meteu os pés pelas mãos
Em lugar de entregar ao homem o coração (qual o encontrara)
Fez, antes, uso de pincel e tinta
Para que o coração parecesse
Mais apresentável
Acontece que o homem
Sem saber da fragilidade do coração
Não o tratou com o devido cuidado
E ele terminou por parar
De bater
Ao se darem conta
Da morte do coração
O homem e a mulher choraram
Em silencio
Mas nada mais havia
A uni-los
De modo que a cada qual só restava
Chorar a dor e, enfim, partir
domingo, 12 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário